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Racing treina retranca com linha de cinco na defesa: estratégia ou medo do Flamengo?

Racing treina retranca

Racing treina retranca contra o flamengo na libertadores : Um treino fechado, mas nem tanto

Na Argentina, dizem que treino fechado nunca é realmente fechado.
E foi justamente assim que surgiu a informação: fontes próximas ao Racing confirmaram que, nesta semana, o técnico Gustavo Costas ensaiou sua equipe titular com cinco defensores — algo incomum mesmo para o padrão tático argentino.

O esquema? Provavelmente um 5-3-2 com variação para 5-4-1 sem a bola, deixando dois atacantes para o contra-ataque, puxado por salidas rápidas.

O detalhe gerou repercussão imediata na imprensa esportiva: o Racing vai entrar retrancado contra o Flamengo?

Mais cedo o Técnico do Racing já tinha provocado o Flamengo veja o que ele Falou:


O que a comissão de Felipe Luís pode fazer

No Ninho, a leitura é pragmática: não cair nas armadilhas. A comissão de Felipe Luís costuma enfatizar:

Para um jogo do tamanho de Racing, catimba, Libertadores e Flamengo, a resposta é mental: cabeça fria, pés quentes e posse com profundidade, não posse por ansiedade.


Linha de cinco: muro ou armadilha?

A utilização de uma linha de cinco defensores no futebol sul-americano sempre carrega uma dualidade: é vista tanto como sinal de organização quanto de temor.
E, nesse caso, a linha de cinco parece ter um alvo específico: os corredores do Flamengo.

Com Bruno Henrique, Everton Cebolinha, Arrascaeta e De La Cruz, o time carioca é mortal nas transições rápidas e nos lançamentos em diagonal.
Ao povoar a defesa, o Racing tenta anular as brechas nas costas dos laterais e impedir a famosa infiltração rubro-negra.

Mas o custo dessa abordagem é claro:
abrir mão da posse, da criatividade e do controle do jogo.


Medo ou inteligência?

A pergunta que fica é: o Racing está se preparando estrategicamente ou recuando por instinto de sobrevivência?

Do ponto de vista tático, a decisão tem sua lógica.
O Flamengo joga no Maracanã, com mais de 70 mil torcedores, em um momento de pressão e cobrança por desempenho.
Enfrentá-lo de peito aberto seria quase suicídio.

Ao recuar, o Racing se protege da tempestade e tenta transformar o jogo em algo mais sujo, mais truncado, mais psicológico.
Algo que favorece quem sabe catimbar, e nesse quesito, os argentinos são doutores honoris causa.


O manual da catimba: tempo, falta e provocação

Não dá pra ignorar a outra metade da estratégia: a catimba.
Historicamente, times argentinos sabem como poucos desacelerar jogos, provocar emocionalmente e transformar qualquer escanteio em uma peça de teatro.

O Racing, que já fez isso contra o próprio Flamengo em 2020, conhece o manual:

Contra um time ofensivo como o Flamengo, fazer o jogo “parar de respirar” é uma das formas mais eficazes de vencer sem chutar a gol. Racing treina retranca.


O discurso e o comportamento

Enquanto o técnico Gustavo Costas fala em “guerreiros contra milionários”, o treino com cinco defensores revela outra história: a de um time que sabe que está em desvantagem técnica.
E mais do que isso, sabe que não pode errar.

A linha de cinco não é só um posicionamento.
É um posicionamento psicológico, que tenta mandar uma mensagem:
“Não vamos dar espaço. Vão ter que suar para furar o bloqueio.”

Só que o risco é claro:
se tomar o primeiro gol cedo, desmonta o castelo, e não há tempo suficiente pra reorganizar com ofensividade.


Maracanã como variável

Ingressos esgotados e expectativa de público muito acima dos 70 mil transformam o Maracanã em fator. No roteiro de Racing, catimba, Libertadores e Flamengo, a torcida pode acelerar a tomada de decisão do ataque e, ao mesmo tempo, testar o nervo de quem tenta “cozinhar” a partida. Se sair gol cedo, a retranca precisa se desmontar, e aí o jogo muda de natureza.


O histórico joga contra

Na fase de grupos da Libertadores 2023, o Racing foi goleado por 4×1 pelo Flamengo — justamente quando tentou sair mais pro jogo.
Desde então, Costas parece ter decidido que fechar a casa é melhor do que deixá-la bonita.

Além disso, em confrontos diretos, o Flamengo tem vantagem recente nos números ofensivos:

Esses dados explicam por que a Racing retranca pode não ser covardia, pode ser simplesmente realismo.


Retranca com GPS emocional

No futebol, às vezes a melhor forma de atacar é se esconder bem.
Mas no duelo Flamengo x Racing, esconder-se demais pode custar caro.
O Maracanã pressiona. A torcida não perdoa. E um gol cedo pode transformar o que era estratégia em desespero.

A Racing retranca pode até funcionar nos primeiros 20 minutos.
Mas contra um Flamengo embalado, pressionado e afiado tecnicamente, a pergunta é:
dá pra aguentar 90 minutos se defendendo com o coração na boca?

Só saberemos quando a bola rolar.
Mas uma coisa já ficou clara: o Racing entrou no jogo antes do jogo. E isso, por si só, já é parte da Libertadores.


Sobre o autor

Sou Robério Lima, colunista do Analicts Esportivo.
Escrevo sobre futebol com um olho na tática e o outro nos bastidores, porque Libertadores se ganha no campo, mas se constrói no psicológico.
Curioso, imparcial e ligeiramente ácido, exatamente como o futebol merece.


FAQ — Perguntas Frequentes

1. O Racing realmente treinou com cinco defensores?
Sim. Fontes ligadas ao clube argentino confirmaram que Gustavo Costas testou formações com linha de cinco, pensando em neutralizar os ataques pelas pontas do Flamengo.

2. O Racing está com medo do Flamengo?
Oficialmente, não. Mas a escolha tática demonstra respeito ,ou receio diante do poder ofensivo do adversário.

3. Esse tipo de retranca costuma funcionar?
Depende. Funciona se o time segurar o 0x0 ou achar um contra-ataque. Mas é arriscado: se tomar um gol cedo, precisa mudar tudo.

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